domingo, 2 de outubro de 2011
ROCK IN RIO JAGUARIBE
No primeiro Rock in Rio os bambas Julieta Gadelha e Ivan Burity despencaram para lá e eu fiquei chupando o dedo, batendo ruelas, pensando no show de James Taylor. Só por ele já teria valido enfrentar um “bus” a ao Rio. Poxa, perdi.
Eu me lembro como se fosse hoje. Aliás, como se fosse ontem, eu não amava os Beatles nem os Rolings Stones, mas queria ver o que era um festival de roquenrôu. Ah, o Queen, naturalmente não era uma paixão, mas eu queria ter visto o finado F Mercury.
Talvez tenha sido o clima festivo pós-diretas-já e a eleição do Tancredinho das Neves para presidente, ou quem sabe a moçada que agitava tenha visto ali a grande chance de criar seu próprio Woodstock tupiniquim na base do paz e amor bicho, ou nada disso.
Em 1985, Os Paralamas já eram Do Sucesso, Blitz e Barão Vermelho arrasavam, Paula Toller desafinava horrores no Kid Abelha (ainda com Abóboras Selvagens, quem se lembra?) e Ultraje a Rigor que não tocou. Lembro muito dos raios que se partiram, aliás, que diabo Alceu Valença e Elba Ramalho faziam num show de rock? Buááááá.
Nesse bucólico cantinho da minha vida, aqui atrás da nossa casa passa o Rio Jaguaribe e tem show todo dia. Aqui escuto Jobim, Caetano, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Amy Winehouse e Mary Gadu, Sarah Vaughan, Bille Hollyday, o negão Duke Ellinngton escambau...
Ontem mesmo escutei Djavan cantando Cartola e depois Cartola cantando “alvorada lá no morro que beleza...” Gal canta balancê e posso ouvir Paul Simon e Sivuca juntos. Isso tudo olhando para o meu Rock in Rio Jaguaribe, pobre, pobre, mas belo.
Se eu olhar para o jardim vejo Nossa Senhora na gruta e na calçada uma moça bonita passa segurando sacos de supermercados. Eu quero outra vida? Não, não.
Por: Kubitschek Pinheiro
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